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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

A «inovação» da resignação

Bento XVI afirmou hoje no Vaticano que a sua decisão de renúncia ao pontificado, que se conclui esta quinta-feira, implicou uma "inovação" e disse que a mesma foi para o «bem da Igreja», citado pela Agência Ecclesia. «Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito», explicou o Papa, em português, perante mais de 150 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, para a última audiência pública do pontificado.

À imagem do que fez no último dia 11, quando anunciou a resignação, Joseph Ratzinger, de 85 anos, explicou a sua renúncia com a idade avançada e a falta de forças. «Sentindo que as minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja», precisou.

O Papa agradeceu «o respeito e a compreensão» com que foi recebida a sua decisão de renunciar ao pontificado e deixou uma promessa: «Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua esposa que vivi até agora e quero viver sempre».
Bento XVI sustentou que um Papa «não está sozinho na condução da barca de Pedro [Igreja Católica], embora lhe caiba a primeira responsabilidade». «Nestes quase oito anos, sempre senti que, na barca, está o Senhor e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor», prosseguiu.

O Papa evocou o dia da sua eleição, a 19 de abril de 2005, lembrando que na altura falou num «grande peso» que lhe era colocado sobre os ombros. «O Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram», observou. Bento XVI disse que vai continuar a «acompanhar a Igreja» com a sua oração e pediu aos fiéis que rezem por si e pelo seu sucessor. «Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos cardeais chamados a escolher o novo sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica», apelou, em português, uma das 12 línguas em que o Papa interveio esta manhã.

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