As congregações gerais desta manhã no Vaticano receberam a entrada e juramento de mais sete cardeais, sendo que apenas 2 deles são eleitores, o cardeal Rouco Varela, de Madrid, e o cardeal Zenon Grocholewski, prefeito da Congregação para a Educação Católica. Estiveram então presentes 148 cardeais nas congregações de hoje, segundo informou o Pe. Federico Lombardi, porta-voz da Santa Sé, na sala de imprensa aos jornalistas. Isto significa que faltam cinco cardeais eleitores, enumerados pelo Pe. Lombardi: D. Antonius Naguib, do Egito; D. John Tong Hon, de Hong Kong, China; D. Jean-Baptiste Pham Minh Mân, do Vietname; D. Karl Lehmann, da Alemanha; D. Kazimierz Nycz, da Polónia.
«Os trabalhos de hoje constaram de 11 intervenções sobre a atividade da Santa Sé e dos diversos dicastérios, a renovação da Igreja à luz do Concílio Vaticano II, a situação da Igreja e as exigências da Nova Evangelização no mundo e a relação da Igreja com as diferentes culturas», disse o porta-voz da Santa Sé. O Pe. Lombardi explicou aos jornalistas que os cardeais inscrevem-se para falar perante todos, e vão falando por ordem, numa sucessão de intervenções. Não há tempo limite, e eles falam sobre o que querem, sendo que já falaram 37 até agora.
Depois destas intervenções, foi lido e apresentado o ponto 37 da Constituição Universi Dominici Gregis, que foi alterado por Bento XVI através de Motu Proprio para permitir que os cardeais possam antecipar o início do Conclave.
A sessão de hoje não determinou ainda nenhum data para início do Conclave, em virtude dos cardeais que faltam. «Não foi proposta nenhuma data para início, e não houve indicação de se querer acelerar o processo... no último conclave havia um calendário claro de eventos, mas desta vez não existe nenhum programa escrito», já que não houve morte do Papa nem as celebrações obrigatórias nos dias seguintes, indicou o Pe. Lombardi. Questionado pelos jornalistas sobre a possibilidade de os cardeais manterem contacto com o mundo cá fora durante as congregações, o Pe. Lombardi explicou que os cardeais ocupam o seu tempo livre da forma que entenderem. «Durante as congregações gerais, os trabalhos são entre cardeais, durante o Conclave será apenas entre os cardeais eleitores, mas no seu tempo livre antes do Conclave podem falar com quem entenderem», disse o Pe. Lombardi.
Telegrama de agradecimento a Bento XVI
Uma das novidades que saiu do trabalho desta manhã dos cardeais foi a decisão de realizar uma celebração, provavelmente oração de vésperas, amanhã, às 17h, na Basílica de S. Pedro, presidida pelo cardeal Angelo Sodano, decano do colégio cardinalício, onde os fiéis que desejem se poderão juntar aos cardeais em oração pela eleição do Papa. «Irá ser uma oportunidade da Igreja toda rezar por este momento da Igreja, em conjunto com os cardeais», referiu o Pe. Lombardi.
Hoje também ficou aprovado o texto do telegrama que irá ser enviado pelo colégio cardinalício ao Papa emérito Bento XVI. «Agradecemos o exemplo que deu de generosa solicitude pastoral à Igreja e ao mundo, e o reconhecimento de toda a Igreja pelo trabalho feito na Vinha do Senhor», pode ler-se no documento que será disponibilizado na íntegra pela Família Cristã assim que for entregue.
Logística começa a preparar o Conclave
A partir desta manhã estão encerradas as visitas à Capela Sistina e começam os trabalhos de preparação do espaço que irá receber o Conclave. Além das medidas de segurança, que visam garantir que não há nenhuma transmissão de informação cá para fora, vai ser efetuado um nivelamento do chão da capela, a fim de que seja colocada uma plataforma única ao nível do primeiro degrau do altar, que irá receber todos os cardeais, que assim ficarão todos ao mesmo nível. Serão também colocados dois fornos na capela, um para queimar os boletins de voto e outro para enviar o fumo branco ou negro no final de cada votação, «já que o fumo que sairia da queima dos boletins não seria suficiente para ser visível lá fora», explicou o Pe. Rosica, também presente na sala de imprensa da Santa Sé.
As urnas que servirão para colocar os votos dos cardeais |
Em termos de acreditações pedidas até ao momento por jornalistas, o Pe. Lombardi afirmou que estão mais de 5 mil jornalistas acreditados, sendo que 4432 têm acreditações temporárias, e 600 têm acreditação permanente. Estes jornalistas representam um total de 1004 órgãos de comunicação social, provenientes de 65 países, que falam um total de 24 línguas diferentes.
Não havendo ideia de quando chegarão os cardeais que faltam, resta aguardar pelas congregações de amanhã para perceber se já haverá data para o início do Conclave.
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